A ignorância é uma coisa... tramada, vá.
Não me refiro à minha possível ignorância sobre as matérias de Português e Matemática sobre as quais terei exames, mas àquela ignorância de andar aqui sem saber como é que as coisas evoluíram a partir do momento em que dissemos "Para mim chega!". Porque a verdade é que, mesmo bastando e mesmo tentando não ligar, há sempre um pedacito qualquer de mim que se enche de urticárias mal começo a extrapolar e a magicar sobre como é que estarão as coisas.
Sempre tive (e continuo a ter) muito medo de fazer figura de estúpida, de obtusa, de ser tipo corno chamuscado ("eu punha as mãos no fogo por fulaninho de tal!"), embora aqui não estejam em causa cornaduras e outras adornos do frontispício superior. (In)Felizmente que tenho um instinto danado! Podem-me chamar fantasiosa, muito imaginativa ou romanesca que eu aceito sem qualquer problema ou crise de identidade. Em muitos momentos é mesmo isso que eu sou. No entanto, isso não invalida as minhas razões para ser assim, muito menos compromete os indícios em que me baseei para começar o meu filmezito. Tem batido sempre tudo certo, tem dado sempre a letra com a careta. Sim, possivelmente com um número bastante menor de pormenores e acontecimentos, mas o cerne, o âmago, a essência... Bem, esses são mais certos que o Natal em Dezembro para os católicos deste mundo e para os que já estão no outro.
No fundo, os meus filmezitos são a minha arma contra esta ignorância forçada de não querer mesmo saber, mas que, pudesse eu, me faria arrancar uns quantos de olhos para saber de tudo, ipsis verbis, tim tim por tim tim. Quando me sinto ignorante junto as pecinhas todas, analiso comportamentos porque de Psicologia e Sociologia percebo eu, lembro-me de frases estranhas, ponho tudo em contexto et voilá! Dias depois lá surge a confirmação e eu até posso ficar pelas ruas da amargura por causa daquilo que se atestou. Porém, há também aquela coisa de ter razão, (porque eu adoro ter razão!), de ver um raciocínio exímio ser ratificado da melhor maneira possível, ou seja, resultando numa conclusão verdadeira assente em premissas válidas e pouco ou nada falaciosas.
Posto termo à ignorância, é a partir daqui que se (me) coloca aquele dilema, que se resume logo numa frase impregnada de arrependimento, auto-comiseração e, por vezes, recalcamento: "Fogo (quando não for calão), mais me valia ter ficado na ignorância!".
E pronto.