"I've got a voice inside me saying give it up

(...)
I need security, you favour chance
I ponder everything, you advance
You bring the world to me and I just sneer
Standing next to you I disappear"
Disappear, Porcupine Tree

Não joga. Não tem jogado, pelo menos.
Aquilo que se procura é muito diferente, mas aquilo de que se precisa talvez seja o mesmo. Ai como seria de extrema utilidade que se percebesse esta pequena subtileza!

Segurança? Quero toda. Estabilidade, companheirismo, os dois ombros amigos. Quero dizer tudo o que me apetece, conversar tanto sobre o acontecimento mais insignificante do dia como sobre a decisão mais difícil e determinante dos últimos tempos.
Pensar, pensar e pensar... Planear, reflectir, ponderar. Eu gosto disso. A mais é castrador e a menos é assustador, mas na dose certa é essencial.

"I've got a voice inside me saying give it up".
E fala cada vez mais alto... A dicção é cada vez melhor e há muito que deixou de soar como se viesse do fundo de um poço.

______________________

Adoro adoro adoro adoro adoro adoro adoro adoro adoro adoro adoro adoro adoro adoro adoro adoro adoro adoro adoro adoro adoro adoro adoro adoro adoro (...)

Javier Bardem .

Is it?


The truth is... Well, I don't know.
Iniciado com distinção que está este post, adopto um tom sério para dizer que não sei o que vai ser. Neste momento e nesta verdade, que são só meus e que tento não impingir a ninguém, eu não sei o que é que vai acontecer.
Eu queria que corresse tudo pelo melhor, queria receber aquele recado tão aguardado e ainda assim surpreendente de tão doce que seria. Queria consertar tudo o que disse a mais e o que disse a menos, queria recuperar o tempo e as oportunidades douradas que perdi. Queria ter mantido sempre as rédeas bem presas na minha mão. Queria deixar esses incrédulos todas na merda e de cara à banda e dizer-lhes "Ajoelhem-se, infiéis! Rendam-se à evidência da minha conquista e da minha perseverança!" e depois festejar com uns turpilóquios quaisquer e com a construção DO projecto fadado para o sucesso honesto e puro dos negócios alicerçados em sentimentos verdadeiros. Queria a lógica, embora acetinada, do "quero, posso e mando", queria que uns tentassem esquecer-me e que outros se importassem em preservar-me na sua lembrança. Queria que inventassem um nome carinhoso só para mim. No caso de já não haver nenhum que fosse inédito, aceitaria um que fosse banal, mas que fosse dito como se alguém tivesse passado horas e horas a pensar nele, a juntar letrinhas, a experimentar sons, a adoçar as sílabas átonas e a apimentar a tónica.
Eu que tanto gostava de antíteses, arrependo-me agora de ter cultivado este amor por tudo o que seja paradoxal e constrastante.
Ainda assim, diz-se que não há amor como o primeiro.
Da mesma forma que não há versos como os de Neruda:

"Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo (...)"